ÉRAMOS dois colegas de ginásio
que nos reencontrávamos na maturidade, um feito escritor e outro presidente de
uma empresa.
__ Vai lá almoçar comigo amanhã –
intimou-me ele.
Fui. (...)
Três ou quatro doses mais tarde,
passamos à sala de refeições, onde almoçamos a sós como dois nababos, entre
gargalhadas a cada nova reminiscência, estimulados pelo excelente vinho que o
garçom ia sempre renovando.
__ Que boa vida você leva – eu
dizia, admirado.
__ Você é que não sabe... As
preocupações! Se não tivesse tanto trabalho, ia fazer como você: passar a vida
escrevendo. Minha vida é um romance.
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¹ FERNANDO SABINO. No fim dá certo.Rio de Janeiro:Record,
1998.
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