Brasília - Campus da UnB
segunda-feira, 30 de abril de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
SÍNTESE CONCRETA DA UTOPIA¹
por Conceição Freitas
Ele é elegante e despojado, sólido e leve, residencial e público, requintado e simples. Assim, o jornalista, cronista e professor universitário Severino Francisco adjetiva, com precisão, a casa onde hoje mora a presidente Dilma Roussef. A obra mereceu o recém-lançado Palácio da Alvorada, majestosamente simples, lançado anteontem no Museu da República.
Os adjetivos são muitos, mas ainda não poucos. A obra-prima de Oscar Niemeyer tem "qualidade estética" e "significado civilizacional" que o mundo ainda não conseguiu entender, escreve Severino Francisco, a partir de entrevista com Cláudio Queiroz, professor de arquitetura da UnB."Ela (a obra) é representativa de nossa condição de brasileiros, mestiços, multiculturais. É o marco de uma nova civilização moderna", continua Queiroz.
O Palácio da Alvorada tem a pureza de Mies Van der Rohe e a poética de Le Corbusier, mas não tem o peso desse nem a frieza daquele, observa, ainda, Cláudio Queiroz. O Alvorada tem as curvas que surpreenderam o mundo. A curva é o jeito brasileiro de se desviar de um obstáculo, e de não enfrentá-lo. As colunas do Palácio da Alvorada são a representação da multiculturalidade brasileira. Não mais as colunas da arquitetura clássica grega, mas uma outra, delgada e de quadris largos.
O professor da UnB lembra que em Nova York, onde o multiculturalismo é tão apregoado, os sino-americanos, ítalo-americanos, nipo-americanos, hispano-americanos vivem em guetos. No Brasil, não existe essa separação. "Nós somos a utopia deles. Nós já somos multiculturais. E o multiculturalismo se desoculta nestas colunas do Palácio da Alvorada. Elas são um atestado de uma nova civilização", diz Queiroz.
O diretor do Iphan/DF, Alfredo Gastal, reforça essa interpretação: o Alvorada lembra uma casa grande e, portanto, tem a mão do branco, do negro e do índio. Niemeyer é requintado e simples no Alvorada. "Embora utilize mármore e latão brilhante, tudo é colocado de uma maneira singela e incorporado ao espaço de uma forma absolutamente natural", escreve Severino. O que costuma causar um mesmo efeito nos visitantes estrangeiros, espantados com a composição majestosamente simples e acolhedora.
A joia diáfana da arquitetura moderna brasileira foi muito pouco entendida e admirada pelos presidentes que a habitaram. Jânio, o sucessor de Juscelino, odiava Brasília e a solidão do Planalto Central. A mulher de Jango, Tereza Goulart, reclamava da falta de privacidade da piscina. Castelo Branco, o primeiro presidente da ditadura de 64, achava o palácio monumental demais. Garrastazu Médici passava os fins de semana, com a família, na Granja do Riacho Fundo. Geisel gostava da imponência do palácio. Figueiredo logo se mudou para Granja do Torto. Collor preferiu a alegórica Casa da Dinda.
Os dois últimos presidentes, FHC e Lula, e a presidente Dilma devolveram ao Alvorada o reconhecimento e os cuidados que ele merece. O livro de Severino Francisco reforça, com vontade, o lugar da obra-prima de Niemeyer na representação da identidade brasileira.
Interessados no livro devem ligar para 55(61) 3321-9922.
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FONTE: Blog da Conceição ( http://www.dzai.com.br/blogdaconceicao/blog/blogdaconceicao?pag=5 ), 11.12.2011.
Ele é elegante e despojado, sólido e leve, residencial e público, requintado e simples. Assim, o jornalista, cronista e professor universitário Severino Francisco adjetiva, com precisão, a casa onde hoje mora a presidente Dilma Roussef. A obra mereceu o recém-lançado Palácio da Alvorada, majestosamente simples, lançado anteontem no Museu da República.
Os adjetivos são muitos, mas ainda não poucos. A obra-prima de Oscar Niemeyer tem "qualidade estética" e "significado civilizacional" que o mundo ainda não conseguiu entender, escreve Severino Francisco, a partir de entrevista com Cláudio Queiroz, professor de arquitetura da UnB."Ela (a obra) é representativa de nossa condição de brasileiros, mestiços, multiculturais. É o marco de uma nova civilização moderna", continua Queiroz.
O Palácio da Alvorada tem a pureza de Mies Van der Rohe e a poética de Le Corbusier, mas não tem o peso desse nem a frieza daquele, observa, ainda, Cláudio Queiroz. O Alvorada tem as curvas que surpreenderam o mundo. A curva é o jeito brasileiro de se desviar de um obstáculo, e de não enfrentá-lo. As colunas do Palácio da Alvorada são a representação da multiculturalidade brasileira. Não mais as colunas da arquitetura clássica grega, mas uma outra, delgada e de quadris largos.
O professor da UnB lembra que em Nova York, onde o multiculturalismo é tão apregoado, os sino-americanos, ítalo-americanos, nipo-americanos, hispano-americanos vivem em guetos. No Brasil, não existe essa separação. "Nós somos a utopia deles. Nós já somos multiculturais. E o multiculturalismo se desoculta nestas colunas do Palácio da Alvorada. Elas são um atestado de uma nova civilização", diz Queiroz.
O diretor do Iphan/DF, Alfredo Gastal, reforça essa interpretação: o Alvorada lembra uma casa grande e, portanto, tem a mão do branco, do negro e do índio. Niemeyer é requintado e simples no Alvorada. "Embora utilize mármore e latão brilhante, tudo é colocado de uma maneira singela e incorporado ao espaço de uma forma absolutamente natural", escreve Severino. O que costuma causar um mesmo efeito nos visitantes estrangeiros, espantados com a composição majestosamente simples e acolhedora.
A joia diáfana da arquitetura moderna brasileira foi muito pouco entendida e admirada pelos presidentes que a habitaram. Jânio, o sucessor de Juscelino, odiava Brasília e a solidão do Planalto Central. A mulher de Jango, Tereza Goulart, reclamava da falta de privacidade da piscina. Castelo Branco, o primeiro presidente da ditadura de 64, achava o palácio monumental demais. Garrastazu Médici passava os fins de semana, com a família, na Granja do Riacho Fundo. Geisel gostava da imponência do palácio. Figueiredo logo se mudou para Granja do Torto. Collor preferiu a alegórica Casa da Dinda.
Os dois últimos presidentes, FHC e Lula, e a presidente Dilma devolveram ao Alvorada o reconhecimento e os cuidados que ele merece. O livro de Severino Francisco reforça, com vontade, o lugar da obra-prima de Niemeyer na representação da identidade brasileira.
Interessados no livro devem ligar para 55(61) 3321-9922.
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FONTE: Blog da Conceição ( http://www.dzai.com.br/blogdaconceicao/blog/blogdaconceicao?pag=5 ), 11.12.2011.
domingo, 8 de abril de 2012
A RESSURREIÇÃO¹
por João Soares Neto - escritor
Não vou falar do primeiro romance homônimo de Machado de Assis em que Felix, um "solteirão" de 36 anos se apaixona por jovem viúva, Lívia. Mas, direi que o livro já marca a dubiedade dos personagens centrais de Machado. Ele intriga o leitor com seus desfechos. Pretendo falar de Jesus Cristo, o ressuscitado, segundo a fé cristã.
Recentemente, li o livro de ficção "A Mulher de Pilatos", de Antoinette May. Nele, May, jornalista e biógrafa americana, estreia como novelista. A mulher de Pilatos, Cláudia Prócula, era infeliz, trai o marido, que tinha casos extraconjugais.
Ela se descobre com dons premonitórios. Tenta salvar Jesus Cristo, em nome de sua amiga Miriam de Magdala, "por ele apaixonada". Há, certamente, menção à Maria Madalena, figura polêmica na História e estória. O que isso tem a ver com a ressurreição? O livro recria o ambiente da Galileia e a dominação romana.
Na página 386, May cria: - "O corpo de Jesus sumiu... foi roubado do túmulo... Como empurraram a pedra, eu nem imagino... Alguém já a havia retirado. Lá dentro estava apenas a mortalha de Jesus, caída ao chão, como se ele tivesse acabado de largá-la.
E, agora, eu lhe pergunto... Como é possível?... Pergunte a seus guardas. Eles dizem que não sabem de nada. Logo descobriremos, respondeu Pilatos, com ar sombrio".
O fato é que hoje é o domingo da Ressurreição, data consagrada ao renascer de Cristo, o homem que reuniu 12 seguidores, e por um deles foi traído. Espancado, crucificado, morto, se fez vivo, pela graça de Deus. A fé tem desfechos enigmáticos.
Recentemente, li o livro de ficção "A Mulher de Pilatos", de Antoinette May. Nele, May, jornalista e biógrafa americana, estreia como novelista. A mulher de Pilatos, Cláudia Prócula, era infeliz, trai o marido, que tinha casos extraconjugais.
Ela se descobre com dons premonitórios. Tenta salvar Jesus Cristo, em nome de sua amiga Miriam de Magdala, "por ele apaixonada". Há, certamente, menção à Maria Madalena, figura polêmica na História e estória. O que isso tem a ver com a ressurreição? O livro recria o ambiente da Galileia e a dominação romana.
Na página 386, May cria: - "O corpo de Jesus sumiu... foi roubado do túmulo... Como empurraram a pedra, eu nem imagino... Alguém já a havia retirado. Lá dentro estava apenas a mortalha de Jesus, caída ao chão, como se ele tivesse acabado de largá-la.
E, agora, eu lhe pergunto... Como é possível?... Pergunte a seus guardas. Eles dizem que não sabem de nada. Logo descobriremos, respondeu Pilatos, com ar sombrio".
O fato é que hoje é o domingo da Ressurreição, data consagrada ao renascer de Cristo, o homem que reuniu 12 seguidores, e por um deles foi traído. Espancado, crucificado, morto, se fez vivo, pela graça de Deus. A fé tem desfechos enigmáticos.
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¹ FONTE: Diário do Nordeste - Caderno OPINIÃO - página 2 - de 08.04.2012.
sábado, 7 de abril de 2012
sexta-feira, 6 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
terça-feira, 3 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
domingo, 1 de abril de 2012
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