Ainda
não eram 7horas da manhã.
Seu trabalho de atendimento ao público começara há
poucos minutos. Ela mais parecia um robô, todo arrumadinho, programado para
dizer sim, não, sinto muito, é logo ali.
O sol batia na janela, as
pessoas felizes por, enfim, ter chegado o dia da consulta, de ser atendido
naquele hospital de referência nacional e ela, ali, impávido colosso.
Não
satisfeita de apenas observar, ensaiei uma necessidade e me dirigi ao balcão, à
porta de entrada oficial. Fui pega de surpresa pois, em um lance, logo me
respondeu é logo ali. Sempre fechada,
sem um sorriso, sem deixar transparecer um único raio de sol. O mesmo que
irradiava os cadeirantes e não-cadeirantes, não chegava até ela. Certamente,
naquele dia, esquecera a chave da porta, da janela, por onde o sol entra. Em
todos os demais setores, ele estava lá. Nas portas, janelas, nas pessoas. Antes
das 7h30 da manhã fui atendida, exames marcados e agendado o próximo retorno.
Saí de lá com o desejo de que o robô se desprogramasse para deixar o sol
entrar. Senti a falta de um atendimento humanizado.
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