domingo, 8 de abril de 2012

A RESSURREIÇÃO¹



por João Soares Neto - escritor

Não vou falar do primeiro romance homônimo de Machado de Assis em que Felix, um "solteirão" de 36 anos se apaixona por jovem viúva, Lívia. Mas, direi que o livro já marca a dubiedade dos personagens centrais de Machado. Ele intriga o leitor com seus desfechos. Pretendo falar de Jesus Cristo, o ressuscitado, segundo a fé cristã.

Recentemente, li o livro de ficção "A Mulher de Pilatos", de Antoinette May. Nele, May, jornalista e biógrafa americana, estreia como novelista. A mulher de Pilatos, Cláudia Prócula, era infeliz, trai o marido, que tinha casos extraconjugais.

Ela se descobre com dons premonitórios. Tenta salvar Jesus Cristo, em nome de sua amiga Miriam de Magdala, "por ele apaixonada". Há, certamente, menção à Maria Madalena, figura polêmica na História e estória. O que isso tem a ver com a ressurreição? O livro recria o ambiente da Galileia e a dominação romana.

Na página 386, May cria: - "O corpo de Jesus sumiu... foi roubado do túmulo... Como empurraram a pedra, eu nem imagino... Alguém já a havia retirado. Lá dentro estava apenas a mortalha de Jesus, caída ao chão, como se ele tivesse acabado de largá-la.

E, agora, eu lhe pergunto... Como é possível?... Pergunte a seus guardas. Eles dizem que não sabem de nada. Logo descobriremos, respondeu Pilatos, com ar sombrio".

O fato é que hoje é o domingo da Ressurreição, data consagrada ao renascer de Cristo, o homem que reuniu 12 seguidores, e por um deles foi traído. Espancado, crucificado, morto, se fez vivo, pela graça de Deus. A fé tem desfechos enigmáticos.

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¹ FONTE: Diário do Nordeste - Caderno OPINIÃO - página 2 - de 08.04.2012.

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